Abaixo, você encontrará a descrição de diversas partes do olho humano e de suas estruturas anexas. Clique na parte desejada para saber mais detalhes.
Ângulo camerular
O ângulo camerular é o ângulo formado entre a raiz da íris e a periferia da córnea. Neste ângulo encontra-se a malha trabecular, a qual é uma espécie de esponja, através da qual ocorre a reabsorção do humor aquoso. Portanto, o ângulo camerular desempenha um importante papel na regulação da pressão ocular, evitando o acúmulo do humor aquoso.
Conjuntiva
A conjuntiva é uma espécie de membrana transparente que reveste a esclera (a parte branca do olho) e a superfície interna das pálpebras. A conjuntiva é considerada uma membrana mucosa, pois sua superfície é composta por um epitélio não queratinizado. Isto faz com que a conjuntiva seja uma membrana macia, fina e delicada. Para a boa saúde da conjuntiva, é necessário que o olho esteja bem lubrificado. Assim, em situações de ressecamento ocular, a conjuntiva pode sofrer prejuízos, gerando sinais e sintomas como olho vermelho e sensação de areia nos olhos. A inflamação da conjuntiva recebe o nome de conjuntivite. Existem diversos tipos de conjuntivite, como as conjuntivites alérgicas, bacterianas, virais e tóxicas, por exemplo. Para saber mais sobre conjuntivites, clique aqui. Além das conjuntivites, hemorragias conjuntivais também podem deixar os olhos vermelhos. Estas hemorragias recebem o nome de hiposfagma.
Córnea
A córnea é uma estrutura transparente e curva, localizada na porção anterior do globo ocular (na superfície do olho). Portanto, a córnea saudável deve permitir a passagem de luz através dela (deve ser transparente). A perda da transparência da córnea (opacificação) chama-se leucoma corneano, o qual pode prejudicar a visão. Além de ser transparente, a córnea normal apresenta uma curvatura capaz de ajudar na formação da imagem na retina (focar a imagem, melhorando sua nitidez). Assim, alterações na curvatura da córnea também poderão prejudicar a visão.
A córnea é composta por 5 camadas:
O epitélio (camada mais superficial), a camada (ou membrana) de Bowman, o estroma corneano, a membrana de Descemet e o endotélio corneano (camada mais interna). O estroma é composto principalmente por fibras de colágeno e é a camada mais espessa, representando 90% de toda a espessura da córnea.
Muitas doenças podem afetar a córnea, como o ceratocone, as distrofias corneanas, as úlceras de córnea e tantas outras. As doenças da córnea podem ser tratadas clinicamente ou com cirurgias, como as cirurgias refrativas, o cross-linking e o transplante de córnea, por exemplo.
Corpo ciliar
O corpo ciliar é uma estrutura localizada entre a retina e a raiz da íris, sendo formado por duas partes: a pars plicata e a pars plana. Na pars plicata encontram-se os processos ciliares, os quais são os responsáveis pela produção do humor aquoso (um líquido que circula no interior do olho). Já na pars plana, por outro lado, não existem estruturas importantes para o olho. Por esta razão, a pars plana é o local preferido pelos cirurgiões para injetar substâncias no olho, já que, nesta região, não há muitos riscos de lesões às estruturas importantes do olho.
Cristalino
O cristalino é uma lente natural do olho e se localiza atrás da íris (a parte colorida dos olhos). O cristalino normal é transparente, permitindo que os raios de luz o atravessem e alcancem a retina (onde se forma a imagem). Em pessoas com menos de 40 anos, o cristalino é bastante elástico, sendo capaz de modificar seu formato para focalizar objetos situados a diferentes distâncias. Este mecanismo se chama acomodação e ocorre graças à participação da zônula, a qual é uma estrutura de sustentação para o cristalino (formada por uma rede de fibras elásticas). Após os 40 anos, porém, ocorre uma perda progressiva da capacidade de acomodação, dificultando a visão para perto, o que se chama presbiopia (também conhecida como vista cansada, na linguagem popular). A presbiopia pode ser corrigida com uso de óculos, lentes de contato ou com a cirurgia da presbiopia.
Outra doença que afeta o cristalino é a catarata. A catarata é uma doença progressiva que causa a opacificação (perda da transparência) do cristalino. Assim, a presença da catarata prejudica a visão, pois dificulta a entrada de luz no olho. Felizmente, a catarata pode ser corrigida com uma cirurgia chamada facoemulsificação.
Esclera
A esclera é a parte branca dos olhos. Mais especificamente, a esclera é a principal camada que compõe a parede do globo ocular, sendo assim, responsável por manter a estrutura esférica do olho humano. A esclera é composta, principalmente, por fibras de colágeno dispostas em várias direções, o que confere à esclera grande resistência. Esta resistência da esclera é fundamental para suportar a pressão interna do olho. Além de resistente, a esclera também é opaca, impedindo a entrada de luz dentro do olho, mantendo-o como uma câmara escura, o que é fundamental para o bom funcionamento da visão. Algumas doenças podem afetar a esclera, levando à ocorrência de esclerites, as quais são processos inflamatórios que atingem os tecidos esclerais. Um exemplo disto são as doenças reumatológicas, que podem causar esclerites. Para saber mais sobre esclerites, clique aqui.
Humor aquoso
O humor aquoso é um líquido incolor, parecido com o plasma do sangue, e que circula no interior da porção anterior (entre o cristalino e a córnea) do olho humano. Este líquido é produzido nos processos ciliares, circula pela câmara posterior, passa pela pupila, circula pela câmara anterior e, finalmente, chega ao ângulo camerular, onde é reabsorvido (sai do olho) através da malha trabecular. Assim, caso exista um problema na reabsorção do humor aquoso, este começa a se acumular, gerando um aumento na pressão ocular. Este aumento da pressão ocular poderá gerar problemas, especialmente ao nervo óptico, como ocorre nos casos de glaucoma, por exemplo.
Humor vítreo
O humor vítreo é um tecido semelhante a um colóide (uma espécie de gelatina) e que ocupa um grande espaço dentro do olho (a cavidade vítrea), localizado entre o cristalino e a retina. Em alguns casos, existem alterações no humor vítreo, fazendo com que a pessoa veja pontos, sombras ou figuras (como se fossem cobras ou insetos) que se mexem, como se estivessem flutuando no espaço, e são conhecidas como moscas volantes (ou floaters, em inglês).
Íris
A íris é uma estrutura redonda com uma abertura central (um furo), a qual se chama pupila (a menina dos olhos, na linguagem popular). Na íris existem pigmentos que são os responsáveis pela cor dos olhos (verdes, azulados, castanhos, etc). Na região central, contudo, a cor é sempre preta, mesmo em olhos azuis, pois esta região corresponde à abertura, chamada de pupila. É através desta abertura (a pupila) que a luz atravessa a íris, passa pelo cristalino e, finalmente, chega à retina.
Músculos oculares
Os músculos oculares, também chamados de músculos extra-oculares, estão localizados na parte externa dos olhos, sendo os responsáveis pelos movimentos dos olhos. Existem 6 músculos extra-oculares em cada olho, fazendo com que os olhos possam se movimentar em diversas direções. Assim, a motilidade ocular envolve um processo bastante complexo, pois o cérebro precisa coordenar os 12 músculos extra-oculares para que os dois olhos se movimentem em harmonia. Quando existe uma desarmonia na posição ou no movimento dos olhos, surge um desalinhamento ocular, chamado de estrabismo (olhos vesgos, na linguagem popular).
O estrabismo pode gerar sintomas como borramento da visão, visão dupla e tonturas, por exemplo. Existem vários tipos de estrabismo, assim como várias possíveis causas para este distúrbio ocular. Para saber mais sobre estrabismo, clique aqui.
Nervo óptico
O nervo óptico é composto por inúmeros axônios (fibras dos neurônios) que se formam a partir da retina e que se juntam para formar este nervo. O nervo óptico sai do olho e se dirige ao sistema nervoso central, permitindo, assim, a condução do estímulo luminoso para ser interpretado pelo cérebro. Uma doença que afeta o nervo óptico é o glaucoma, geralmente associado com o aumento da pressão ocular.
Pálpebras
As pálpebras são as duas membranas que recobrem os olhos, havendo uma pálpebra superior e outra inferior para cada olho. As pálpebras apresentam estrutura bastante complexa, pois diversos tecidos participam de sua composição. Externamente, as pálpebras são revestidas por epitélio queratinizado, semelhante à pele que recobre o restante da face. Nos bordos palpebrais, por sua vez, encontramos os cílios. Diversas doenças podem afetar os bordos palpebrais, como nos casos de triquíase, ectrópio e entrópio. Nos bordos palpebrais também encontramos as glândulas de Meibomio (ou meibomianas), as quais produzem o componente oleoso do filme lacrimal (a oleosidade da lágrima). A inflamação e/ou infecção das glândulas meibomianas se chama meibomite, mas também é conhecida como blefarite (blefarite, na verdade, seria uma inflamação mais difusa das pálpebras). Internamente, as pálpebras são revestidas pelas conjuntivas (chamadas de conjuntivas tarsais), que constituem uma camada mais delicada (membrana mucosa). Já na porção interior das pálpebras, encontramos o músculo orbicular, o qual é o responsável pelos movimentos palpebrais, como o fechamento palpebral e ato de piscar, por exemplo. Espasmos deste músculo podem ser bastante desagradáveis e ocorrem principalmente em situações de estresse físico e/ou mental. Com o envelhecimento, as pálpebras sofrem diversas alterações, como o surgimento de dermatocálase, por exemplo. A dermatocálase consiste no excesso de pele na região palpebral e pode ser corrigida através de uma cirurgia plástica chamada blefaroplastia.
Processos ciliares
Os processo ciliares são estruturas pequenas localizadas no corpo ciliar (entre a retina e a raiz da íris). Estes processos ciliares são fundamentais para o bom funcionamento do olho, uma vez que são responsáveis pela produção do humor aquoso. O humor aquoso, por sua vez, é um líquido que circula no interior do olho e que pode gerar aumento da pressão ocular, caso se acumule. Desta forma, os processos ciliares participam da manutenção e regulação da pressão ocular.
Retina
A retina é uma camada que está localizada no interior do olho, sendo fundamental para que possamos ver o mundo que nos cerca. De uma maneira simplificada, podemos entender a retina como se fosse um papel de parede que se encontra grudado na parede do olho, pelo seu lado interno. Por este motivo, a retina pode desgrudar da parede do olho, o que se chama descolamento de retina (o que é grave e necessita tratamento imediato).
Na verdade, a retina é uma estrutura bastante complexa, sendo formada por 10 camadas, nas quais encontramos uma grande variedade de células. Dentre estas células, existem os fotorreceptores, os quais são responsáveis por transformar o estímulo luminoso (a luz dos objetos) em um sinal químico. Este sinal, por sua vez, será conduzido por uma série de neurônios que o levarão pelo nervo óptico até o sistema nervoso central, onde a imagem será interpretada pelo cérebro.
Dentre as doenças que afetam a retina, encontramos a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), a retinopatia diabética, o descolamento de retina, a retinose pigmentar e tantas outras.
Vias lacrimais
A lágrima é produzida pelas glândulas lacrimais principais e por diversas pequenas glândulas espalhadas pela superfície conjuntival e bordos palpebrais. Uma vez produzida, a lágrima escorre pela superfície ocular, o que é necessário para o bom funcionamento do olho. Após lubrificar o olho, uma parte da lágrima evapora e o excesso de lágrima é drenado para fora da superfície ocular através das vias lacrimais. As vias lacrimais se iniciam nos pontos lacrimais, os quais consistem em dois orifícios localizados nos cantos internos das pálpebras superiores e inferiores. Após entrar nos pontos lacrimais, a lágrima é drenada através dos canais lacrimais (superior e inferior) até o saco lacrimal.
Do saco lacrimal, a lágrima escoa através do ducto naso-lacrimal, o qual conduz a lágrima até o nariz. Por este motivo, quando choramos bastante acabamos enchendo nosso nariz com lágrimas, razão pela qual temos que limpar o nariz com um lenço. A obstrução das vias lacrimais é muito comum e pode ser resolvida com cirurgias específicas de desobstrução das vias lacrimais, como a dácrio-cisto-rinostomia, por exemplo.
Zônula
A zônula é uma espécie de rede, composta por inúmeras fibras, sendo a responsável pela sustentação do cristalino em sua posição normal. Assim, a zônula desempenha um importante papel no processo da acomodação, através do qual podemos focalizar (ver com nitidez) objetos em diferentes distâncias. Com o passar dos anos, especialmente após os 40 anos, esta capacidade vai sendo perdida, o que se chama presbiopia (ou vista cansada, na linguagem popular).